O brincar e o conhecer

o lugar do sujeito

Autores

  • Bety Ribeiro Corrêa Universidade Federal Fluminense
  • Luciana Gageiro Coutinho Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.51207/2179-4057.20240052

Palavras-chave:

Brincar, Constituição do Sujeito, Subjetividade, Construção do Conhecimento, Saber

Resumo

O presente artigo é decorrente de uma pesquisa de mestrado em educação realizada na Universidade Federal Fluminense. Tem como objetivo investigar a relação entre o brincar e o conhecer e suas implicações para o processo de constituição do sujeito, entendendo-os como processos imbricados: a primeira forma de conhecer se dá através do brincar, que por sua vez cria as bases para a aprendizagem formal que virá na escola. Nesse sentido, questiona em que medida a falta ou a presença do espaço do brincar, entendido como espaço favorecedor do desenvolvimento da capacidade simbólica na criança, interfere na relação do sujeito com o conhecer. A partir do referencial teórico da psicanálise e da Psicopedagogia, apresenta alguns pressupostos teóricos sobre o brincar, os quais revelam a importância da atividade lúdica na infância. Parte-se das contribuições freudianas a respeito do fort-da, articulando-as com a perspectiva de Mannoni, até chegar às ideias de Winnicott a respeito dos fenômenos transicionais. Em seguida, apresenta o referencial teórico da Psicopedagogia adotado e um caso clínico em que é possível observar as elaborações de uma criança pela via do brincar sobre alguns impasses no aprender. Os achados da pesquisa reforçam a importância do diálogo das ciências da educação com a psicanálise e a Psicopedagogia para a compreensão do sujeito em seu processo de aprendizagem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida e Silva, M. C. (2010). Psicopedagogia: A busca de uma fundamentação teórica (2a ed.). Paz e Terra.

Almeida e Silva, M. C. (2007). Por uma pedagogia da alma. In M. L. Teixeira, & A. C. Vasconcellos (Orgs.), O pensar e o fazer psicopedagógicos: a experiência do NOAP. Lidador.

Bittencourt, D. C. R., & Ornellas, M. L. S. (2009). O brincar na constituição do sujeito: enlaces possíveis entre o cognitivo e o afetivo [Comunicação livre]. Colóquio Internacional LEPSI. http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032008000100027&lng=en&nrm=abn

Bossa, N. A. (2011). A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Wak.

Castro, L. R. (2008). Conhecer, transformar(-se) e aprender: pesquisando com crianças e jovens. In L. R. Castro, & V. L. Besset (orgs.). Pesquisa-intervenção na infância e juventude. Nau Editora.

Elia, L. (2000). Psicanálise: clínica e pesquisa. In S. Alberti, & L. Elia (Orgs.). Clínica e pesquisa em psicanálise. Rios Ambiciosos.

Fernández, A. (2001a). O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Artmed.

Fernández, A. (2001b). Os idiomas do aprendente: análise de modalidades ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. Artmed.

Fernández, A. (2010). Psicopedagogia em psicodrama: morando no brincar. Vozes.

Freud, S. (2015). Obras completas (vol. VIII). Companhia das Letras. Original publicado em 1908.

Freud, S. (1989). Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira (vol VII). Imago. (Original publicado em 1914).

Freud, S. (1996). Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira (vol. XVIII). Imago. (Original publicado em 1920).

Kramer, S., Nunes, M. F. R., & Corsino, P. (2011). Infância e crianças de 6 anos. Educação e Pesquisa (São Paulo), 37(1), 69-85. https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000100005

Lajonquière, L. (1999). Infância e ilusão (psico)pedagógica: escritos de psicanálise e educação. Vozes.

Lelis, M. T. C. (2008). Cruzando as fronteiras da história da psicopedagogia: uma entrevista com Alicia Fernández. Revista Psicopedagogia, 25(78), 186-197.

Maia, M. V. C. M. (2014). Quem tem medo do diferente? O lúdico como uma possível proposta pedagógica inovadora. In M. V. C. M. Maia (Org.), Criar e brincar: o lúdico no processo de ensino e aprendizagem. Wak.

Mannoni, M. (1999). A Criança, sua Doença e os Outros (2ª ed.). Via Lettera. (Trabalho original publicado em 1970).

Paín, S. (2012). Subjetividade e objetividade: relação entre desejo e conhecimento. Vozes.

Sousa, D. P. (2018). Autismo: diálogo entre educação e saúde mental: Comunicação oral. UERJ.

Winnicott, D. W. (1994). Os bebês e suas mães. Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1975). O brincar & a realidade. Imago.

Downloads

Publicado

2024-12-01

Como Citar

Corrêa, B. R., & Coutinho, L. G. (2024). O brincar e o conhecer: o lugar do sujeito. Revista Psicopedagogia, 41(126), 555–568. https://doi.org/10.51207/2179-4057.20240052

Edição

Seção

Artigo Original